Desde a chegada do catolicismo ao Brasil e a sua forte influência em Portugal, os azulejos decorados se tornaram uma das expressões artísticas mais marcantes dentro das igrejas. Muito mais do que simples revestimentos, esses painéis cerâmicos carregam histórias, símbolos religiosos e a devoção cristã em cada traço pintado à mão.
Nas igrejas católicas, principalmente a partir do século XVI, os azulejos passaram a ser utilizados como instrumentos de catequese visual. Em uma época em que poucos sabiam ler, as paredes cobertas de painéis azulejares representavam cenas bíblicas, passagens da vida de santos, milagres e símbolos sagrados. Assim, a arte ajudava a transmitir os ensinamentos da fé cristã de forma acessível e emocionante para todos os fiéis.
Além do aspecto religioso, os azulejos também conferiam às igrejas uma atmosfera de beleza e espiritualidade. O azul e o branco, cores mais tradicionais, remetem à pureza, ao céu e à figura de Maria, tão venerada no catolicismo. Já os detalhes dourados e policromados reforçavam a grandiosidade e a riqueza simbólica do espaço sagrado.
Muitas igrejas em Portugal e no Brasil ainda preservam esses painéis seculares, que resistiram ao tempo e continuam emocionando gerações de fiéis e visitantes. Eles não são apenas arte decorativa, mas sim testemunhos da fé católica e da união entre espiritualidade e estética.
Hoje, artistas contemporâneos mantêm viva essa tradição, criando azulejos pintados à mão inspirados na religiosidade, como imagens de Nossa Senhora, Cristo, santos e cenas bíblicas. Dessa forma, a arte azulejar continua sendo um elo entre o catolicismo, a história e a cultura.